domingo, 6 de agosto de 2017

Cuidados na relação entre crianças e seu pet!

Você tem filhos e bichos de estimação que vivem no mesmo ambiente? O contato com animais pode ser positivo para os pequenos já em seus primeiros anos de vida. Crianças e bichinhos que aprendem a estar juntos desde cedo tendem a conviver muito bem, caso as devidas precauções sejam tomadas no dia-a-dia.
Tendo bichinhos os pequenos aprendem importantes lições sobre afetuosidade, cuidado e responsabilidade. Nessa relação, os pais também tendem a aprender muito sobre como conciliar os diferentes tipos de cuidados envolvidos e a organizar a rotina do lar.

Por que os cuidados são necessários?

Com sistema imunológico ainda em formação, as crianças são mais sensíveis as bactérias presentes no organismo de gatos e cachorros. Toxoplasmose, fungos, infecções por parasitas, alergias, agravamento em quadros de asma, além de cortes, arranhões e mordidas podem ser resultados negativos da interação entre os pets e os pequenos. Para evitar doenças e acidentes, algumas precauções são imprescindíveis.

1. Atenção para a saúde do pet

Todos os animais domésticos, principalmente os que convivem com crianças, precisam de acompanhamento profissional em relação à sua saúde. Consultas periódicas com o veterinário evitam doenças nos pets e são o melhor jeito de diagnosticar qualquer problema precocemente. O especialista em saúde animal orientará os donos com relação aos cuidados específicos para aquele bichinho, às vacinas que ele deve tomar e a periodicidade com que vermífugos e outros medicamentos preventivos devem ser administrados.

2. Cuide da higiene do animal

É necessário que os pets tomem banho pelo menos uma vez por semana. A atenção à higiene é fundamental, já que bactérias e outros microrganismos acumulados no pelo e na pele do animal podem causar problemas de saúde nas crianças. Para evitar alergias, controlar ainda mais a incidência de parasitas e evitar acidentes, tose animais com grande incidência de pelos e apare as unhas.

3. A higiene da casa deve ser redobrada

limpeza doméstica é muito importante para que a convivência entre bichos de estimação e crianças seja saudável. É importante que os pelos soltos pelo animal sejam aspirados periodicamente e que seja dada atenção especial às fezes e urina do pet.
No caso dos gatos a limpeza de dejetos é mais fácil, esses animais buscam sempre urinar e defecar em caixas de areia e não vão sujar os demais cômodos da casa a menos que estejam com algum problema de saúde ou que não haja um recipiente que atenda às necessidades deles. Nesse caso, é necessário limpar diariamente a areia do animal, retirando fezes e trocando o material interno da caixa.
Já os cachorros nem sempre definem um lugar específico para depositarem suas fezes e xixi, nesse caso os cuidados são um pouco mais trabalhosos. O recomendado é recolher os dejetos imediatamente, usando uma luva ou saco plástico e limpar o local com água e sabão. Especialistas também indicam desinfetar os locais onde o animal defeca e urina pelo menos uma vez por semana.


5. Brincadeiras com limites

No momento de interação entre a criança e o animal, algumas precauções também devem ser tomadas. Durante as brincadeiras, oriente a criança a tratar o animal com delicadeza, sem bater ou apertar demais, causando irritação no bichinho. Não ensine criança a dar beijinhos no pet, já que nariz e boca são áreas com alta incidência de bactérias. Evite também deixar que a criança e o pet brinquem sem a supervisão de um adulto, acidentes podem acontecer.



Os cuidados de acordo com a idade

Bebês com até seis mesesmerecem cuidado especial na relação com animais. A imunidade de recém-nascidos é muito baixa e o contato oral, por pele, nasal ou pela urina dos animais pode causar graves infecções neles. Nessa época a higiene e as precauções devem ser redobradas.
Já as crianças de dois anos ou mais costumam se envolver em mais acidentes durante as brincadeiras com o pet. Os adultos devem estar atentos.
O cuidado com as grávidas também é importante. Doenças como a toxoplasmose, transmitida pelos gatos, pode causar problemas congênitos no bebê e até motivar o aborto. A higiene com o animal deve ter atenção especial durante a gestação.

O que devo fazer se algum animal morder ou arranhar meu filho?

O tratamento vai depender da gravidade da ferida e do animal responsável pelo acidente. A primeira coisa a fazer, em qualquer caso, é lavar bem a área e tentar estancar o sangue, fazendo pressão sobre o ferimento com um pano limpo ou com gaze.

Se, com alguns minutos de pressão, o sangramento não parar, leve a criança ao pronto-socorro. Também será necessário levá-la ao hospital se a ferida for no rosto ou no pescoço, ou se parecer profunda, em qualquer parte do corpo, porque pode exigir pontos.

No caso de ferimentos leves, simplesmente lave a ferida, e só a cubra se ela estiver em uma área propensa a entrar em contato com a sujeira.

Procure saber imediatamente qual foi o animal que feriu seu filho. Ele terá que ser observado por um período de dez dias para afastar a possibilidade de raiva. 

Meu filho vai ter de tomar vacina anti-rábica?

Se ele tiver sido mordido levemente ou arranhado por um cachorro ou gato domésticos, vacinados, conhecidos e que possam ser observados por dez dias, talvez o tratamento para prevenir a raiva não seja necessário.

Por outro lado, mordidas em regiões como cabeça, face e pescoço, ou mordidas profundas em membros e áreas intensamente enervadas, podem requerer a vacinação profilática para a raiva de qualquer jeito. 

Nesses casos, o mais cauteloso é procurar orientações médicas ou levar seu filho ao hospital mais próximo.

Peça ajuda ao Centro de Controle de Zoonoses da sua cidade (ligado às prefeituras) se o cachorro for de rua e você souber onde ele está, ou se tiver sido capturado. Os especialistas vão levá-lo e observá-lo. 

Se o animal tiver sido morto, o CCZ pode fazer exames em laboratório para saber se ele tem a doença.

Caso o animal que mordeu a criança seja desconhecido, ou não possa ser observado, a necessidade do tratamento vai depender da gravidade do ferimento e da ocorrência de casos de raiva na região em que você mora. 

A raiva é uma doença cada vez menos comum no Brasil (foram 44 casos em 2005, segundo o Ministério da Saúde), mas, como é fatal, todo cuidado é pouco. 

O tratamento profilático é também indicado no caso de o animal estar apresentando sintomas estranhos, quando a mordida for de morcego, ou então no caso de mordida de cão ou gato desconhecidos em região considerada de raiva não-controlada. 

O tratamento para evitar a raiva é gratuito e é feito com uma série de injeções. Em crianças de menos de 2 anos, elas podem ser dadas na perna.

Mordidas de animais também podem transmitir tétano, mas a vacina contra a doença faz parte do calendário nacional de imunização, dada os 2, 4 e 6 meses, por isso é provável que seu filho já esteja protegido. A vacina antitetânica também tem duas doses de reforço: entre os 15 e 18 meses e entre os 4 e 6 anos.

E se a mordida ou o arranhão infeccionarem?

A saliva de cães e gatos possui vários tipos de bactérias e vírus, por isso a infecção é possível. No caso de uma ferida maior, é aconselhável consultar o médico para saber se será preciso tomar antibióticos para evitar uma infecção (isso vale também para quando o autor da mordida é um animal da espécie Homo sapiens -- ou seja, outra criança!). 

Quando o ferimento é bem superficial e pode ser tratado em casa, é bom ficar de olho nele. Qualquer sinal de infecção merece uma ida ao médico. Os sinais de infecção são:
  • aumento do inchaço, da vermelhidão ou da sensibilidade na área
  • presença de pus
  • febre acima de 37,7 graus
  • linhas vermelhas em torno da ferida ou sensação de quentura

Meu filho vai ficar traumatizado por uma mordida?

Levar uma mordida é uma experiência assustadora para uma criança, ainda mais porque cachorros e gatos tendem a atacar na região da cabeça. É possível que seu filho comece a ficar nervoso na presença de animais, ou que tenha pesadelos.

Se o ataque tiver sido muito violento, seu filho pode precisar de ajuda psicológica para superar o trauma.
Papais e mamães ter animais e crianças em casa é muito bom, gera o senso de responsabilidade na crianças, de amor aos seres vivos e carinho mútuo, tomando alguns cuidados essa relação será prazerosamente, segura e duradoura! Além de muito divertida, escolha seu pet e os cuidados com eles são fundamentais para a diversão ser completa com toda a família! 
Fonte: http://www.clinicadipaula.com.br/animais-e-criancas/